A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, começou o dia de ontem comemorando a habilitação de sete frigoríficos de suínos de Santa Catarina para exportação de miúdos à China. Pouco tempo depois, teve de lidar com a frustração de ver os Estados Unidos manterem o embargo à carne bovina in natura. A retomada do mercado americano é aguardada com expectativa pelo Brasil — em 2017, a identificação de abscessos em produtos embarcados fez com que a medida fosse adotada.
Pedidos de mais explicações não impedem, mas adiam a concretização da demanda, apesar da propagada proximidade entre Jair Bolsonaro e Donald Trump.
Tereza Cristina tem viagem marcada para o próximo dia 17 aos EUA e certamente abordará o assunto.
Por outro lado, a conquista vinda do país asiático não deve ser ignorada. O diferencial está no tipo de produto a ser vendido: miúdos externos que, até então, não podiam ser embarcados. Como os chineses remuneram bem por esses itens (pés, rabo, orelhas, focinho, máscara e língua), a liberação foi comemorada pela indústria.
— É uma vitória que temos — afirma Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal.
As unidades já tinham autorização para vender suínos aos chineses. Agora, ampliam a possibilidade de negociar miúdos. E o fato de somente plantas de Santa Catarina receberem essa autorização tem relação com o status sanitário do Estado vizinho, que é livre da febre aftosa sem vacinação.
— É uma luta antiga, o Brasil não exportava miúdos para a China. Mas o momento que eles estão vivendo (com surto de peste suína africana), e a relação boa estabelecida com os brasileiros deu a possibilidade de discutir isso melhor e aprovar — avalia José Roberto Goulart, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS (Sips).
O dirigente diz que há expectativa de que novas plantas brasileiras sejam habilitadas ainda neste mês. Hoje, são 11 frigoríficos de suínos com autorização: sete em SC, três no RS e um em MT.
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