Com 95% da dragagem no porto de Rio Grande concluída, a superintendência estima agora para o final de outubro a conclusão da obra. Iniciada há quase um ano, a limpeza do canal de passagem acabou se alongando além da previsão inicial, que era de 10 meses. O procedimento teve de ser paralisado após questionamento jurídico. A decisão pela continuidade dos trabalhos veio em junho deste ano.
Neste momento, nova draga está no local fazendo a limpeza nas margens. Ao mesmo tempo, uma empresa já realiza auditoria da obra, importante por duas razões, explica o superintendente Fernando Estima:
— O relatório concretiza o pagamento final da responsável pela obra. E os dados são informados à Marinha, que faz a homologação da dragagem.
A expectativa é de que se possa fechar o ano com a certificação do órgão oficial já em mãos. O documento é importante para fins de seguro e também para armadores. A homologação será feita por trechos. A última dragagem no complexo do porto de Rio Grande havia sido realizada em 2013. O contrato para a realização de nova limpeza foi firmado em 2015, mas a obra só saiu do papel no final de outubro do ano passado.
O aparecimento de lama na praia do Cassino, em dezembro, acabou levando o caso à Justiça, suspendendo temporariamente os trabalhos. Medidas adicionais de monitoramento foram implementadas. O custo total da obra deverá ficar em R$ 500 milhões — o orçamento inicial era de R$ 368 milhões, que receberam suplementação de R$ 100 milhões.
Com a retirada da sedimentação, a profundidade passará de 14 metros para 16 metros no canal interno. No externo, passará de 16 metros para 18 metros.
— Isso torna o porto mais competitivo. Algumas cargas que antes, por dúvida em relação ao canal, estavam sendo complementadas em outros portos, poderão ser embarcadas — observa Estima.
Nesta segunda-feira (23), audiência pública proposta pelo deputado Afonso Hamm (PP-RS) levou o secretário nacional de Portos, Diogo Piloni, a Rio Grande.