A menos de um mês dos produtores começarem a aplicar o herbicida 2,4-D no Rio Grande do Sul, no período de pré-plantio da soja, começa uma corrida contra o tempo para a capacitação de aplicadores. A qualificação passou a ser exigida pela Secretaria da Agricultura dentro das medidas para conter a deriva do produto em culturas vizinhas.
Nesta semana, o Senar-RS iniciou os primeiros cursos em Rosário do Sul e Santiago. Na próxima semana, o programa Deriva Zero chegará a Lavras do Sul e Jaguari. A capacitação de 20 horas inclui aulas teóricas coletivas e treinamentos individuais nas propriedades.
— Temos um grande desafio pela frente, pois temos pouco tempo até o começo da safra — afirma Alexandre Prado, coordenador de Programas Especiais do Senar-RS.
O treinamento para aplicação do herbicida hormonal será exigido em 24 municípios — onde foram identificados problemas de deriva na safra passada. Nas cidades onde os cursos não chegarem a tempo, a recomendação é buscar a capacitação por conta própria.
— A regra é clara: ou se capacita ou usa outro produto. A fiscalização irá ocorrer — garante Rafael Friedrich de Lima, chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários da Secretaria da Agricultura.
Segundo Lima, está em elaboração uma normativa para atrelar a compra do produto à capacitação. O assunto foi discutido nesta semana durante reunião do grupo de trabalho criado para conter problemas de deriva, após o caso chegar ao Ministério Público. Na hora da compra do herbicida, pelas novas regras, é exigida apenas assinatura de um termo de conhecimento de risco e responsabilidade.
— Se atrelarmos a venda à comprovação do treinamento, teremos mais um avanço — afirma Lima.
Em 15 dias de vigência das novas normas, 30 produtores efetuaram cadastro de aplicação na Secretaria da Agricultura.
— Embora a exigência gere burocracia, foi a solução encontrada diante de problema maior — avalia Luis Fernando Fucks, presidente da Associação dos Produtores de Soja no RS.