O setor de lácteos do Rio Grande do Sul ganhará, a partir dessa sexta-feira (19), um portal que centralizará dados relacionados à atividade. O Observatório do Leite busca reunir informações da produção e do processamento para que todas as partes envolvidas na equação, do produto à indústria, possam falar a mesma língua.
— Vai trazer uniformização do conhecimento e nos dar elementos para pensar o futuro da cadeia, para que possamos organizar nossas ações e nos tornarmos competitivos — avalia Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag-RS) e do Instituto Gaúcho do Leite (IGL).
A entidade encomendou o projeto, viabilizado com recursos do Fundo Estadual do Leite (Fundoleite), para a consultoria Avelã Public Affairs. A ideia é de que, a partir de agora, as estatísticas continuem sendo atualizadas, à medida que sejam publicadas pelos órgãos que trazem dados do setor de forma periódica.
— Esse trabalho é uma forma de ter plataforma única, que olha para o mundo e vê tudo que existe relacionado ao leite. Será um organismo vivo, que estará em constante evolução — reforça a veterinária Andrea Verissimo, presidente da Avelã Public Affairs e uma das idealizadoras do observatório.
Para Joel, a ferramenta será importante para que se possa buscar uma mudança de cenário para que o setor possa “ser competitivo e o produtor volte a ter renda”.
— Estamos nos aprofundando em uma crise. Só no último mês houve baixa entre R$ 0,20 e R$ 0,30 no litro do leite pago ao produtor, conforme a região — reforça o presidente do IGL.
O desestímulo à permanência é um problema real, já capturado por levantamentos anteriores. A Emater conclui neste ano atualização de pesquisa feita nos 497 municípios do Estado a cada dois anos. Em 2017, diagnosticou que o número de produtores de leite havia diminuído em 22,6% sobre o ano de 2015. Rebanho e produção também haviam encolhido.