A primeira startup agro brasileira a alcançar o status de unicórnio — que fatura na casa do bilhão — será a gaúcha Aegro. Pelo menos essa é a aposta de Francisco Jardim, da SP Ventures, empresa de venture capital, que falou sobre o cenário do setor na AgroTech Conference, evento realizado em São Paulo pela StartSe.
— É a empresa que mais cresce no nosso portfólio. Tem um avanço exponencial. Traz um choque de gestão completo. Lançou uma solução que da perspectiva do usuário é simples, mas com tecnologia muito sofisticada por trás — avalia Jardim.
Antes disso, no entanto, a argentina Agrofy, de Rosário, deve chegar lá, tornando-se a primeira do ramo na América Latina a ter faturamento bilionário. A startup trabalha com foco no marketplace da agricultura.
A Aegro faz o desenvolvimento de software de gestão e nasceu na incubadora tecnológica da UFRGS, há cinco anos. Sobre a aposta de se tornar a primeira agtech bilionária, Pedro Dusso, diretor-executivo da Aegro pondera:
— Será consequência de conquistar um mercado que foi muito desassistido durante muito tempo. Não tem mais improvisação, ninguém está mais pegando o software da indústria, adaptando para o agro e vendendo ao produtor. O agricultor demanda uma solução feita para ele. E acho que um pouco do alto engajamento que temos é por conta disso.
Jardim, da SP Ventures, lembra que as startups do agro demoraram mais do que as fintechs para se tornarem alvo da atenção de investidores no Brasil — movimento que nos Estados Unidos ganhou força entre 2014 e 2015. E lista pelos menos três motivos: infraestrutura, complexidade do negócio e o prazo mais longo em relação às outras empresas de inovação, no ritmo da safra.
* A jornalista viajou a convite da StartSe