Cercados pelos prejuízos da chuva, produtores de arroz se mobilizam para resolver novas e velhas demandas. O cereal esteve no centro de reunião entre representantes de entidades e o novo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Marques, em Brasília.
Os problemas criados com os alagamentos, concentrados em duas importantes regiões produtoras, a Campanha e a Fronteira Oeste, são pauta nova, que exigirá resposta rápida do governo federal. A Federação da Agricultura do Estado (Farsul) fará levantamento, com a ajuda dos sindicatos rurais, do impacto no setor agropecuário. Segundo o economista chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, só quando as águas baixarem será possível conhecer o tamanho exato do estrago.
Mas é um problema antigo que segue incomodando. Além da Farsul, a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS) voltou a questionar a metodologia da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para elaboração da tabela de custos de produção, usada como base para o cálculo do preço mínimo do cereal.
— O valor é fora da realidade. Se baseia em custos que não consideram itens importantes, da secagem aos juros — acrescenta Luz.
A opinião é compartilhada por Henrique Dornelles, presidente da Federarroz. Ele cita incompatibilidades entre a vida real e a tabela em itens como mão de obra, manutenção de máquinas, irrigação e juros. A contestação não é nova. Já foi feita em anos anteriores.
— Esse somatório de itens não contemplados daria com folga de R$ 3 a R$ 4 a mais no preço mínimo — estima.
O valor para saca de 50 quilos na safra 2018/2019 está definido: R$ 36,44. No mês de fevereiro, técnicos da Conab devem vir ao Estado para realizar painéis, com o objetivo de embasar as definições do período 2019/2020. E, mais do que isso, pressionar por mudanças ainda no atual ciclo.
— A pretensão é, depois desse estudo, utilizá-lo para imediatamente solicitar modificação no preço mínimo – acrescenta Dornelles