Ano de 2018 pode ser dividido em dois para a indústria de proteína animal: o do semestre muito ruim e o do início da recuperação. Os primeiros seis meses concentraram todos os problemas e acabaram determinando um ano de recuo em volume e receita nas exportações de carnes de frango e suína . O sinal vindo da última metade, no entanto, cria a expectativa de um ano novo de recuperação.
Rescaldos da Carne Fraca, Operação Trapaça, suspensão da União Europeia a 22 frigoríficos brasileiros de aves e a greve dos caminhoneiros são alguns dos fatos registrados no primeiro semestre do ano passado que atrapalharam — e muito — o desempenho do setor no mercado externo.
De janeiro a junho, houve recuo na quantidade embarcada, com a média 13,4% inferior à de igual período de 2017. De julho a dezembro, o cenário é outro, com a média 3% acima daquela registrada no segundo semestre de 2017.
No caso dos suínos, há ainda outro ingrediente importante: a Rússia, principal destino do produto brasileiro, só retomou as compras em novembro. O Brasil conseguiu direcionar parte da oferta para os chineses, que pesaram as mãos nas compras, mas ainda assim a ausência russa foi sentida.
Apesar do desempenho negativo, o Brasil se manteve como maior exportador mundial de frango. E a diferença de volume em relação aos Estados Unidos, segundo colocado, é quase o total embarcado pela UE.
— O grande fato positivo é que os números do segundo semestre indicam tendência de recuperação para 2019.
Com China e Rússia juntas, se tem um padrão para os suínos. E, no frango, também há perspectiva de retomada — avalia Ricardo Santin, diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Outra expectativa é retomar as negociações para fazer com que a União Europeia levante o embargo a 22 frigoríficos de frango.