Conhece-te a ti mesmo. O aforismo grego foi fonte de inspiração na construção do projeto do Observatório Gaúcho da Carne. Mostra que o objetivo é conhecer de fato a pecuária de corte no Estado, do campo às gôndolas de supermercado. Hoje, não há mais espaço para achismos. É preciso tomar medidas que tenham a informação e o conhecimento como base.
O site apresentado na última quinta-feira está embasado no conceito de big data, que se propõe a processar e a tratar grande quantidade de dados. Coordenadora do observatório, a veterinária Andréa Veríssimo afirma que a ferramenta é um autosserviço. Está lá, à disposição de quem quiser acessar. Outro ponto destacado é de facilidade no manuseio: a informação não está escondida, em porteiras fechadas a sete chaves, tampouco engessada no formato PDF. Está ao alcance de um clique, agrupada em 11 tópicos.
O Rio Grande do Sul se informou sobre si mesmo e se comparou a outros produtores. E se a informação é valiosa, o que fazer com ela também. Tão importante quanto esse primeiro passo é dar continuidade ao projeto. Seguir alimentando o conhecimento gerado é fundamental para evitar que o observatório se torne um elefante branco.
Em caso recente da história gaúcha, a Marfrig chegou a fechar as portas do frigorífico bovino de Alegrete, alegando falta de matéria-prima. Produtores faziam o contraponto de que não havia insuficiência de gado. Está aí uma situação em que os dados mais acessíveis poderiam ajudar.
Outro exemplo é o da exportação de gado em pé, assunto que coloca pecuaristas e indústria em lados opostos. Argumentar com informação evita que decisões sejam tomadas com base em opinião, o que não é um bom negócio para ninguém.