Tem a marca da oportunidade a decisão da Marfrig de retomar as operações da unidade de Alegrete, na Fronteira Oeste. Aliás, não é apenas o frigorífico localizado no Rio Grande do Sul que está sendo reaberto. No total, cinco unidades (em MT, GO, RO, MS e a do RS) voltarão a abater gado neste ano, com perspectiva de gerar um total de 4,5 mil vagas, e de elevar a capacidade instalada em cerca de 20% no quarto trimestre, somando 300 mil cabeças por mês.
No município gaúcho, serão mais de 600 funcionários, segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação e Afins, que já estão sendo selecionados – a empresa ainda não confirma o número de contratações. A estimativa é de que já no próximo mês as operações reiniciem. No momento, a Marfrig realiza melhorias na planta, que ficou parada desde o fechamento, em dezembro do ano passado (quando 648 pessoas trabalhavam no local).
Oficialmente, a empresa afirma que a expansão se deve à maior oferta de gado, provocada "pelas características cíclicas desse mercado e pelo cenário macroeconômico". Mas, há mais explciações para a inciativa. Há no mercado um espaço deixado pela JBS, que enfreta grande crise de confiança após as delações dos irmãos Bastista.
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A planta de Alegrete é estratégica: é a única no Estado habilitar a realizar embarques para a China. O que se comenta é que a companhia esperava que outras unidades fossem credenciadas. E isso pesou na hora de optar pela reabertura. Para o município da Fronteira Oeste é, sem dúvida, uma execelente notícia. A Marfrig era a segunda maior empregadora, atrás apenas da prefeitura. O que ninguém consegue garantir é que a empresa não volte, futuramente, a mudar de ideia, fechando novamente a unidade.
– Abrindo agora, depois resolvemos o amanhã. É essencial reabeir, porque estamos com oferta enorme no Brasil. Neste primeiro momento, é fundamental a exportação, porque vai encurtar essa crise da pecuária. Ajuda a regular o mercado – aposta Pedro Piffero, pecuarista e dirigente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).