Ficou para depois do recesso parlamentar a avaliação do Projeto de Lei 125, que permite a contratação de médicos veterinários privados para realizar o serviço de inspeção nos frigoríficos sob fiscalização estadual.
Hoje, essa função está com os fiscais estaduais agropecuários.
Na última semana, evento realizado na Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) deu uma amostra de que tentar discutir melhor a ideia antes de ir à votação talvez seja uma tarefa difícil.
O argumento econômico tem pesado no caixa dos municípios, que manifestaram apoio à proposta. O texto tramita em regime de urgência e o que entidades como o Sindicato dos Médicos Veterinários do Estado e a Associação dos Fiscais Estaduais Agropecuários solicitam é que a discussão em torno da mudança seja aberta a toda sociedade. Mas o governo não tem dado indicativos de que irá recuar, fazendo a proposta ir pelo caminho normal.
Voltou para ficar?
A notícia de que a Marfrig pretende reabrir as portas do frigorífico de Alegrete renova as esperanças do município da Fronteira Oeste de reaver os empregos perdidos no ano passado. Segunda maior empregadora, atrás apenas da prefeitura, a empresa tinha 648 funcionários. A capacidade de abate era de 700 cabeças de gado por dia.
A euforia, por ora contida, do secretário da Agricultura, Ernani Polo, se justifica. Não adianta voltar a funcionar e, dali a pouco, parar de novo. O desgaste para trabalhadores e para o município seria grande.
– Se for para reabrir, que seja duradouro –pondera Polo.
A decisão de retomar as atividades só pode ter relação com o espaço deixado no mercado nacional e internacional pela JBS, que ficou com a imagem arranhada após o escândalo das delações.
Porque em um momento de queda no consumo interno, nas exportações e na oferta (normal nesta época do ano), pareceria impensável a companhia querer voltar a operar naquela planta.