O anúncio oficial do Plano Safra da Agricultura empresarial está marcado para esta quarta-feira (7). Embora grande parte das condições já estivesse estabelecida, o vaivém das negociações se estendeu noite adentro. Deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) estiveram reunidos com o ministro interino da Fazenda, Eduardo Guardia.
Saíram do encontro confiantes de que alguns pedidos deverão ser atendidos. É o caso da liberação de crédito para que as cerealistas possam investir em armazenagem. A Fazenda sinalizou que
R$ 300 milhões serão colocados à disposição, explica o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), com condições iguais ao Programa para Construção e Ampliação de Armazenagens (PCA), voltado às cooperativas.
Se confirmado, será uma boa notícia. Em ano de supersafra, o Rio Grande do Sul, por exemplo, teve de deixar soja a céu aberto. A ausência de financiamento específico é apontada pelas empresas que recebem grãos como um obstáculo aos investimentos em estruturas para guardar a produção.
O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) diz que outro ponto abordado foi o dos valores destinados seguro rural. A reivindicação é para que o governo coloque R$ 550 milhões à disposição no ciclo 2017/2018.
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Sobre as taxas de juro, o destino parece mesmo selado. As linhas de custeio e de investimento terão redução de um ponto percentual. A exceção serão os financiamentos do PCA e o Inovagro, que terão corte de dois pontos percentuais cada.
– Nossa expectativa era de um corte maior. O governo poderia ser mais sensível com esse setor – lamenta Gedeão Pereira, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
O montante a ser liberado deve ficar entre R$ 186 bilhões e R$ 188 bilhões, um pouco acima do valor do ano passado. A exemplo do que ocorreu no anúncio da agricultura familiar, poucas surpresas são esperadas.