A uma semana do anúncio do Plano Safra 2017/2018 da agricultura empresarial, faltam poucos detalhes para finalizar o pacote. Um deles é o valor destinado à subvenção do seguro rural, tema de reunião que será realizada nesta terça-feira.
Quanto aos juros, já se sabe como ficarão: haverá redução de um ponto percentual nas linhas de custeio e de investimento e de dois pontos percentuais no programa voltado à armazenagem e no Inovagro. No custeio, cairiam de 8,5% a 12,5% para 7,5% a 11,5%. No investimento – que engloba os financiamentos de máquinas e implementos –, de 8,5% a 10,5% para 7,5% a 9,5%.
Antes mesmo da divulgação oficial, os números já provocam reações no setor. A expectativa era de que o corte fosse mais radical.
– Nossa esperança era de que o juro acompanhasse a queda da Selic – afirma Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers).
No mesmo período do ano passado, a taxa básica de juro estava em 14,25%. Agora está em 11,25% – queda de três pontos percentuais. Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para quarta-feira, poderá levar a novo corte – as estimativas se concentram em redução de um ponto percentual, mas há quem projete manutenção e até recuo de 1,25 ponto percentual.
Presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Paulo Pires também diz que esses patamares não eram os esperados pelo setor.
E avalia que a diminuição aquém das expectativas impactará nos investimentos a longo prazo.
– É frustrante, porque os custos de produção estão elevados. A única coisa que está na mão do Ministério da Agricultura é isso – lamenta Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz).
Ele acrescenta que ainda mais preocupante do que as taxas dos financiamentos é a informação de que haverá tesourada de 90% dos recursos destinados para a subvenção do seguro rural.
– Isso acende a luz vermelha para a agricultura – entende Dornelles.
Fontes do governo, claro, têm outra percepção: a de que o juro ficou de bom tamanho já que com o teto para gastos públicos os valores para equalização do crédito caíram de R$ 11,4 bilhões para R$ 8,7 bilhões.