Com a votação dos destaques na comissão especial que avalia a reforma previdenciária marcada para a próxima terça-feira, parlamentares ligados à agricultura familiar tentam conquistar apoio de colegas para garantir modificações que ainda entendem necessárias. Um dos pontos a serem avaliados é justamente o que trata da forma de contribuição. O PSB, que teve posição contrária ao relatório, apresentou texto no qual solicita a manutenção do atual modelo. Ou seja, de percentual cobrado sobre a comercialização e não de forma individual como quer o governo.
– Não tem como fazer contribuição individual por 15 anos. Como vai ser para aquele agricultor que fica sem safra? Ele será excluído e jogado na assistência social – argumenta o deputado Heitor Schuch (PSB-RS).
O parlamentar entende que é possível aprovar o destaque. E diz que a proposta tem tido grande aceitação por parte dos deputados, em especial do centro-norte.
– Temos 14 que votaram contra o relatório. Precisamos conseguir mais cinco votos para o destaque ser aprovado – calcula Schuch.
Outro ponto que desagrada é o da idade mínima para a aposentadoria das agricultoras que, pela atual proposta da comissão, subiu de 55 anos para 57 anos. Para os homens, foi mantida a idade de 60 anos.
– O texto melhorou muito em relação ao projeto inicial do governo, que queria aposentadoria aos 65 anos para homens e mulheres. Avançamos, mas ainda está aquém do que buscamos. Vamos penalizar a mulher com isso – pondera Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).
A entidade, que também não aprova a contribuição individual, tem assembleia nesta sexta-feira na qual definirá se realiza ou não novas mobilizações contra a reforma previdenciária.