Com a colheita de soja avançando no Rio Grande do Sul – na última semana alcançou 50% da área total segundo a Emater –, consolida-se o cenário de números superlativos da safra. Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e IBGE divulgaram dados sobre a produção no atual ciclo. Nos dois casos, o que se vê é um recorde embalado pela produtividade do grão.
– Nos últimos três levantamentos, a soja vem em uma crescente. Conforme a colheita vai se desenvolvendo, os números de produtividade vão ficando mais próximos da realidade – afirma Aroldo Antônio de Oliveira Neto, superintendente de informações do agronegócio da Conab.
A observação de Neto faz sentido. Da primeira pesquisa da Conab, no início do ciclo, para a atual, a sétima, a previsão para o volume total de grãos a ser colhido no Rio Grande do Sul cresceu de 32,49 milhões de toneladas para 34,82 milhões de toneladas. Da mesma forma, a soja partiu de projeção de 15,59 milhões de toneladas para 17,54 milhões de toneladas.
– A soja, por enquanto, vem sendo revisada para cima – confirma Silvana Pigato, supervisora estadual de pesquisa agropecuária do IBGE.
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O órgão estima para este ano produção de 17,26 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul. Em relação ao levantamento anterior, houve reajuste de 3,6%. Embora revisados, os números de agora ainda poderão ser modificados.
Há projeções de colheita de mais de 18 milhões de toneladas. Os silos e estruturas de armazenagem abarrotados vistos no Interior indicam que isso seja possível. Falta espaço para tanta soja.
– A colheita avançou muito. Estimo que em mais uma semana esteja encerrada. A criatividade que existia foi usada para guardar a safra – afirma Vicente Barbiero, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs).
O resultado obtido é histórico e reflete condições especiais existentes neste ano.
– Deu tudo certo para a soja. O tempo foi bom, houve manejo de ponta – observa o superintendente da Conab.
No Brasil, os dois órgãos também preveem produção recorde: 230 milhões de toneladas (25,1% maior do que a do no passado) para o IBGE e 227,9 milhões de toneladas (aumento de 22,1%) para a Conab. No campo, o trabalho foi feito, e certamente a safra alimentará as economias gaúcha e brasileira.