Normalmente um destaque positivo do PIB, a agropecuária fechou 2016 com uma queda de 6,6% no acumulado do ano. Um resultado assim negativo não ocorria desde 2012, quando foi registrada seca e o número fechou em -3,1%.
No ano passado, há um vilão para culpar: o milho. Com peso significativo no PIB, o grão teve uma quebra de 21,4%. O maior problema se concentrou na segunda safra, a safrinha, produzida no Centro-Oeste e no Paraná. A seca ocasiou os prejuízos à produção, como explica José Carlos Hausknecht, diretor da MBAgro:
– Outras culturas, como o feijão e o algodão também caíram, mas o milho deu uma bela puxada para baixo, pelo peso que tem.
Economista-chefe do sistema da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz faz questão de frisar que é preciso separar a queda da agropecuária da dos demais setores. A primeira ocorreu por conta da quebra de safra. A segunda, devido à crise econômica.
– Se não fosse o clima, nós teríamos crescido. O que derrubou o PIB foi o clima – completa.
Para 2017, a projeção de safra recorde no país impulsiona a previsão de crescimento. Para o economista da Farsul, "teremos um PIB chinês na agropecuária neste ano". Mais contido, o diretor da MBAgro estima um avanço na casa dos 6%, mas diz que é preciso sempre ficar de olho com o que pode ocorrer na safrinha.