Vem do campo o principal incentivo para os negócios a serem fechados durante a 18ª Expodireto-Cotrijal, que ocorre em Não-Me-Toque, de 6 a 10 do próximo mês. Dirigentes da feira e da indústria de máquinas projetam crescimento de 15% em relação ao resultado do ano passado, quando as vendas somaram R$ 1,58 bilhão. E esperam mais de 230 mil visitantes nos cinco dias de feira. O lançamento oficial da feira ocorreu nesta manhã, no Palácio Piratini.
Mesmo que os principais levantamentos de safra não apontem ainda uma colheita recorde no Rio Grande do Sul, na prática, a percepção é outra.
– Estamos prevendo a maior safra da história. Devemos bater todos os recordes de produção. Isso faz com que a economia tenha oxigênio – afirma Nei César Mânica, presidente da Expodireto-Cotrijal.
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Com atuação em 32 municípios da região, a cooperativa organizadora do evento pretende chegar neste ano à média de 80 sacas de soja por hectare, quase o dobro do previsto pela Companhia Nacional de Abastecimento, até o momento, para a média estadual (46,66 sacas).
A média dos produtores da Cotrijal vem em uma crescente. Era de 41 sacas por hectare, subiu para 58 sacas e nos últimos dois anos foi de 66 sacas. E isso "tem muit a ver com a Expodireto", afirma Mânica, lembrando que a feira traz novidades tecnológicas que ajudam o produtor a ter melhores resultados na lavoura.
– A safra está se desenhando muito boa. A soja e o milho que vão puxar os negócios na feira – estima Cláudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers).
Outra questão fundamental para os negócios atende pelo nome de crédito. E tanto Bier quanto Mânica afirmam que não faltarão recursos. Ambos levam em consideração as garantias dadas pelo secretário de Política Agrícola, Neri Geller, de que os financiamentos não serão um problema. Para o presidente do Simers, a irrigação deve ser um dos carros-chefes das vendas na feira deste ano. O interesse pelos equipamentos se justifica. As produtividades de milho registrada nas áreas irrigadas tem ficado bem acima das lavouras sem esse recurso.
Mas o grande diferencial para a edição deste ano está mesmo na atmosfera. Além da perspectiva de recorde, que depende ainda do fim do ciclo para se confirmar, o contexto nacional é diferente do ano passado, quando a crise deixou o produtor receoso e puxou o freio de mão nos negócios.
– Tem um sentimento no mercado de que a economia parou de cair e está tendo uma recuperação – avalia Mânica.