Depois de um amargo 2016, quando a produção despencou mais da metade, os produtores de uva chegarão à colheita de 2017 com um gosto mais suave à boca. O patamar de produção retornará à normalidade, fazendo o volume chegar a 600 milhões de quilos. O clima, que teve um papel fundamental, também fará o produtor sentir menos no bolso.
– Como o tempo colaborou, houve menos necessidade de aplicação de defensivos agrícolas. Por isso, a tendência é de maior rentabilidade para o produtor que, com certeza, gastou menos – afirma Oscar Ló, vice-presidente do conselho administrativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho/RS).
Por colaboração, Ló quer dizer um inverno rigoroso e uma primavera de chuvas esparsas.
– Noventa e nove por cento das regiões não apresentaram doenças fúngicas – acrescenta Moacir Mazzarollo, do Conselho Deliberativo do Ibravin pela Comissão Interestadual da Uva.
Para a colheita, que aos poucos começa a ganhar forma, quanto menos chuva, melhor. Com relação aos preços de venda, a expectativa é de que o mercado suba a régua, pagando acima dos R$ 0,92 do preço mínimo. Como a safra voltará a ser cheia, essa valorização não deverá ser, no entanto, no mesmo ritmo de 2016, quando houve a quebra, a maior desde 1969.
A colheita já começou com as uvas brancas, como a chardonnay. O ritmo começa a ganhar mais força a partir do final do mês e durante fevereiro.