Na primeira rodada de leilões de trigo com novo valor de partida de prêmio, a procura pelo produto ganhou outro ritmo, ficando maior. Nesta quarta-feira, todas as 100 mil toneladas colocadas à disposição para o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) no Rio Grande do Sul foram negociadas.
– Isso é basicamente resultado do aumento do prêmio. Quanto maior for, maior é a atração dos compradores para o sistema. O prêmio recebido anteriormente não pagava o frete – avalia Giuliano Ferronato, presidente da Bolsa Brasileira de Mercadorias.
Nesta semana, atendendo parcialmente ao pedido feito por entidades do setor – que solicitavam R$ 266 por tonelada –, o governo ampliou para R$ 244 o valor de partida do prêmio – no leilão anterior, havia sido de R$ 208. Como houve disputa, a quantia acabou ficando em R$ 225,50.
– Era isso que estava faltando para fazer os leilões rodarem mais – afirma Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
No Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), 29,6 mil toneladas foram adquiridas por uma trading, das 30 mil toneladas oferecidas. Essa foi a quinta operação envolvendo o cereal e tem como objetivo mexer com mercado, que ficou muito ruim para o produtor. Com uma colheita farta e de qualidade, o agricultor viu os negócios ficarem estagnados e o preço cair para menos do mínimo, R$ 38,65.
O cálculo feito é de que o Rio Grande do Sul precisa escoar 700 mil toneladas até fevereiro, quando milho e trigo começam a ganhar preferência nas negociações. Ontem, mais dois leilões foram marcados para a quarta-feira, dia 25. Serão 72 mil toneladas para Pepro e 18 mil toneladas de PEP no RS.
Nesta primeira etapa, o governo aplicou R$ 150 milhões para operar esses mecanismos de comercialização. Um novo aporte, de mais R$ 100 milhões, será feito para que mais leilões ocorram. Ferronato avalia que o governo poderá ceder e indicar um valor de prêmio de R$ 266, como o solicitado. Seria um importante passo na tentativa de dar a sacudida que o mercado precisa.