Com temperaturas próximas de zero grau ainda no outono, e previsão de frio rigoroso também no inverno, a notícia não é boa para quem gosta de degustar um vinho. Impactadas pela alta do IPI e do ICMS desde o começo do ano, as vinícolas gaúchas já começaram a colocar a nova safra no mercado com preço maior. Pagando mais impostos, as empresas alegam não ter saída.
– Temos um custo fixo alto que nos obriga a repassar esse reajuste ao consumidor para continuar produzindo – justifica Gladimir Zanella, proprietário da Vinícola Zanella, de Antônio Prado.
As indústrias calculam que, até o final do ano, o reajuste para compensar a tributação maior e o menor volume de safra chegará a 20%. Acostumadas a trabalhar com produção excedente, as vinícolas terão um ano atípico. Com safra 57% menor neste ano, por conta de problemas climáticos, os estoques serão praticamente zerados nos próximos meses. A previsão do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) é de que vinhos de mesa e suco de uva comecem a faltar no mercado a partir de janeiro de 2017.
– A quebra de safra foi grande, impactando muito nos estoques das vinícolas – conta Leocir Bottega, diretor técnico do Ibravin.
O volume processado estimado para o ano é de 440,9 milhões de litros, somando produções passadas – o suficiente para abastecer o mercado até janeiro. Depois, os consumidores terão de esperar até a entrada da nova safra – em junho de 2017. Para quem não quer arriscar, é melhor garantir o estoque logo.