Em uma espécie de venda casada, com entrega de insumos e garantia de compra por um preço pré-determinado, agroindústrias e cooperativas pretendem estimular o produtor gaúcho a voltar a investir na cultura do milho. A ideia é inspirada em programa criado neste ano em Santa Catarina, onde as indústrias de carnes também estão sofrendo com a escassez do cereal. O modelo foi apresentado nesta quarta-feira na Secretaria Estadual da Agricultura pelo diretor executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro-SC), Ivan Ramos.
– Estamos tentanto suprir, pelo menos em parte, o déficit de milho que temos hoje, superior a 50% do consumo. Precisamos trazer o grão de outros Estados e isso tem um custo alto – relatou Ramos.
O Estado vizinho, maior produtor de aves e suínos do país, produz 3 milhões de toneladas de milho e consome mais de 6 milhões de toneladas. Pelo programa, o produtor recebe os insumos necessários pelo prazo da safra, e se compromete a vender o grão às agroindústrias ou cooperativas. A compra é negociada por um preço 25% superior ao custos de produção, e com seguro garantido.
– Queremos construir um modelo para Rio Grande do Sul, adaptado a nossa realidade e que possa ser executado na próxima safra – disse Ernani Polo, secretário estadual da Agricultura.