O tamanho das perdas relacionadas à safra de arroz no Rio Grande do Sul será detalhado nesta terça-feira na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, em Brasília. A apresentação dos números pretende reforçar a necessidade de prorrogação dos contratos de crédito de custeio e investimento – que começam a vencer neste mês. Pelos cálculos do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o prejuízo com a redução de 16% da safra passa de R$ 1,3 bilhão. A quebra representou quase 1,4 milhão de toneladas a menos, em relação à colheita do ano passado.
– O volume perdido é mais do que a produção total da Argentina e do Uruguai, por exemplo. Nenhum outro Estado brasileiro produz mais do que isso – compara Tiago Barata, diretor-comercial do Irga, que apresentará os dados em Brasília.
Conforme a entidade, mais de 2,7 mil produtores de arroz de diversas regiões tiveram áreas alagadas durante a safra, prejudicando diretamente o resultado das lavouras.
– Em quase 40 mil hectares, a perda de produção foi total – completa Barata.
Com os números em mãos, a intenção é sensibilizar o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a pedir ao Ministério da Fazenda a prorrogação dos vencimentos das primeiras parcelas para 31 de outubro.
– O alongamento dos prazos aos produtores afetados por problemas climáticos seria uma medida temporária até que ocorra uma decisão definitiva – explica o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS).
A ideia é incluir na medida também produtores de soja dos municípios da Metade Sul que decretaram situação de emergência por excesso de chuva. A expectativa é de que a prorrogação das parcelas seja anunciada pelo próprio ministro Maggi, durante sua primeira visita ao Rio Grande do Sul após assumir o cargo.
Na quinta-feira, o ministro participará da Feira Nacional do Arroz (Fenarroz), em Cachoeira do Sul. A agenda oficial é a primeira de Maggi fora de Brasília.