Para avançar, a proposta de enxugamento de unidades da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) depende do andamento de outra pauta. É a negociação para pagamento de ação judicial contra a companhia referente ao piso salarial da categoria.
Da reunião marcada para esta terça-feira entre a diretoria do órgão e o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, poderá sair uma nova proposta por parte do governo. O valor devido pela Cesa é de R$ 227 milhões. A primeira oferta sugerida, de 15% do total, não foi aceita.
– O sindicato está disposto a buscar alternativa para defender o direito das pessoas e a manutenção da Cesa – diz Lourival Pereira, presidente do Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais (Sagers).
Desde que preservadas as filiais em condições de operação, o Sagers diz estar disposto a abrir mão de parte dos recursos em favor da companhia. Pereira afirma que "existem vários cenários em mente".
O presidente da Cesa, Carlos Kerchner, explica que, ao mesmo tempo em que é construída uma nova proposta para pagamento da ação, outras medidas seguem em curso. A unidade de Cruz Alta está com edital publicado para arrendamento. A abertura dos envelopes está prevista para o dia 20 deste mês.
– Não queremos vender antes de fechar o acordo da ação – explica Kerchner.
A ideia é, inicialmente, negociar as filiais de Júlio de Castilhos, Santa Rosa e Nova Prata.
Das 18 unidades ativas atualmente, 11 serão vendidas, além das cinco já desativadas. As outras sete, com retorno financeiro, devem ser mantidas – entra aí a planta de Rio Grande, importante para armazenagem do arroz que é exportado.
Nos casos em que há perspectiva de sobrevida, novos serviços estão sendo propostos.
O terminal de Rio Grande, por exemplo, poderá ter a capacidade ampliada por meio da locação de silos-bolsa. O projeto está em elaboração e poderá ser finalizado dentro de até duas semanas.
A justificativa para investir vem dos números. Em abril, foram exportadas 120 mil toneladas de arroz produzido no Rio Grande do Sul. No espaço físico da Cesa em Rio Grande, cabem, no entanto, somente 51,08 mil toneladas.