Balanço parcial mostra que o volume de soja perdido em função da chuva chega a cerca de 400 mil toneladas na zona sul do Estado. A quantia representa 2,5% do total estimado para a colheita gaúcha do grão – 16,07 milhões de toneladas, segundo a Emater.O prejuízo nas lavouras foi tema de reunião em Pelotas com a presença dos secretários estaduais da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e do Desenvolvimento Econômico. Prefeitos de 20 dos 23 municípios que fazem parte da Associação da Zona Sul (Azonasul) participaram, além de representantes de Emater e Defesa Civil. Financeiramente, o impacto causado pelo clima chega a R$ 380 milhões, segundo levantamento da Emater, a maior parte na soja.
– A grande preocupação é com os financiamentos e com a venda futura. Nos reuniremos com bancos para tentar uma solução – explica Ernani Polo, titular da Agricultura, que recebeu do prefeito de Morro Redondo, Rui Brizolara, uma amostra da soja danificada (foto).
Há ainda estragos nas estradas. O secretário deve tentar recursos com o Ministério da Integração Nacional e encaminhar à Agricultura a solicitação dos produtores para ampliação do período de vacinação contra a febre aftosa _ o início é em 1º de maio.
Conforme Ronaldo Maciel, gerente regional adjunto da Emater em Pelotas, são 18 municípios com prejuízo – o mais recente, Pedras Altas.Primeiro município da Associação da Zona Sul a emitir decreto de emergência devido às perdas na produção, Arroio Grande teme um efeito devastador na economia local. Conforme o prefeito, Luis Henrique Pereira, o município é "extremamente agrícola". São 41 mil hectares cultivados com soja e outros 45 mil hectares com arroz. Na soja, só 20% da área havia sido colhida.
– Se continuar chovendo mais uma semana, teremos perda total desses 80% ainda não colhidos – afirma o presidente do Sindicato Rural de Arroio Grande, Marcelo Silveira.