O tamanho da tesourada a ser aplicada sobre os R$ 741 milhões destinados à subvenção do seguro rural em 2016, diante de novo corte no orçamento determinado ao Ministério da Agricultura, será conhecido nesta semana. Secretário de Política Agrícola da pasta, André Nassar é direto ao afirmar que haverá impacto.
- O corte geral no ministério foi de 30%. Só nesta semana saberemos o quanto vai impactar (o seguro) - afirmou, quando visitou o Estado durante a 26ª Abertura da Colheita do Arroz.
Governo anuncia cortes de R$ 23,4 bilhões no Orçamento
Diante dessa nova realidade, fica cada vez mais complicado atender à demanda de fruticultores, em especial os produtores de uva, que tiveram perdas de até 65%, para realocar recursos deste ano para cobrir o rombo que ficou da subvenção do seguro rural do ano passado.
- Se formos utilizar de novo o orçamento para cobrir o ano anterior, continuaremos em uma bola de neve e nunca conseguiremos fazer o seguro chegar onde se quer - diz Nassar.
Em 2015, o governo usou parte do orçamento para pagar o montante que havia faltado em 2014. O valor considerado ideal para o seguro seria de R$ 1 bilhão, segundo o secretário de Política Agrícola. Essa quantia permitiria cobrir 90% do custeio agrícola.
O único alento, às vésperas de mais uma Expodireto-Cotrijal, é de que a redução no orçamento não irá afetar o Moderfrota, linha de financiamentos para compra de máquinas. Pelo contrário. Nassar afirma que o governo trabalha para ampliar o R$ 1,5 bilhão disponível até junho. O pedido, sustentando pelo presidente da Expodireto-Cotrijal, Nei César Mânica, era para mais R$ 2,5 bilhões para a safra 2016/2017.
A ideia, no entanto, afirma o secretário, é ter recursos adicionais ainda para o primeiro semestre. A prerrogativa de anunciar a cifra caberá à ministra Kátia Abreu, que confirmou presença na feira em Não-Me-Toque. Quem sabe virão de lá, enfim, boas notícias.