Somente as parcerias serão capazes de manter as portas da unidade de aves da Cosulati, em Morro Redondo, abertas. A cooperativa da Metade Sul tem duas alternativas pela frente. Ou encontra interessados em se associar ao frigorífico, ou reforça a operação de leite, em Capão do Leão - de onde vem 83% do faturamento total - para fazer frente à necessidade de capital de giro da primeira.
Nesta segunda-feira, em reunião da câmara temática do leite da Organização das Cooperativas do Estado (Ocergs), foi apresentada a ideia da criação de um pool de cooperativas de leite, para reforçar o processamento dos laticínios - a Cosulati recebe 480 mil litros por dia.
- Serviria para fortalecer a captação de leite - reforça Vergilio Perius, presidente do Sistema Ocergs-Sescoop-RS.
Raul Amaral, secretário-executivo da Cosulati, garante que não existe crise na área do leite - a cooperativa tem ainda uma fábrica de ração em Canguçu.
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
Uma cooperativa e duas empresas da Serra estão, neste momento, avaliando a possibilidade de montar parceria na unidade de aves. É uma corrida contra o relógio. A parceria precisa sair até o dia 20, quando termina o estoque de animais disponíveis.
Do contrário, a unidade fecha as portas.
- Está tudo bem construído para isso não ocorrer, mas, se a parceria não sair, teremos de dar uma parada - afirma Amaral.
A indefinição preocupa os trabalhadores - são 180 vagas, na divisão de aves, segundo a Cosulati. Uma reunião foi marcada para sexta na Câmara de Vereadores.
- Se confirmado o fechamento, vamos recorrer ao Ministério Público do Trabalho - afirma Darci Rocha, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Pelotas e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação e Afins, que tratou do assunto com o deputado Zé Nunes (PT).
A câmara da Ocergs deve se reunir ainda nesta semana, para avaliar a proposta da central de cooperativas de leite.