Se em 2015 foi a agropecuária que ajudou a evitar um tombo maior da economia brasileira e gaúcha, em 2016 nem mesmo esse setor irá conseguir segurar os maus resultados. A diminuição da safra a ser colhida no próximo ano vai fazer com os resultados do segmento sejam negativos.
– Vemos o produtor, em 2016, fazendo tudo o que pode. Apesar da crise, aumentou a área plantada. Mas o atraso no plantio, por conta do clima, determinará uma produtividade menor – afirma o economista-chefe do sistema Farsul, Antônio da Luz.
A produção esperada para 2016 não é ruim. Chegará a 30,61 milhões de toneladas no total de grãos. Mas o nem mesmo faturamento 10% superior obtido com as lavouras conseguirá fazer frente à alta dos custos. O resultado é o achatamento da renda do produtor, que chegará a 45% no arroz e 40% na soja. O agricultor comprou insumos em um momento de dólar em alta e não sabe qual patamar vai encontrar no momento da colheita. Uma equação complicada, considerando o fato de que as commodities tiveram redução de preço considerável no mercado internacional. Na soja, os valores chegaram aos níveis de 2007.
– Estamos dependentes de uma taxa de câmbio elevada, sob pena de achatar ainda mais a renda – completa o economista da Farsul.
O agronegócio segue fazendo sua parte, mas o cenário de incertezas está conseguindo corroer também o único segmento que fechou 2015 com crescimento de 9,4% no Estado e 2,9% no país.