
A fábrica de resina em Balneário Pinhal que a Irani comunicou ao mercado que encerraria, na verdade, terá atividades suspensas por algumas semanas para retomar a produção em maio sob nova direção. Importante para o município e o Litoral, a unidade fabril entrou em uma negociação com a Flopal/Ambar Florestal. A estrutura foi dada em pagamento por uma área de florestas de pinus, complementado por R$ 17 milhões.
Além da produção da indústria, a Ambar assumirá a retirada de goma resina das árvores da área comprada pela Irani, além da sua em São José do Norte, onde está sediada. Com isso, ampliará seu escopo de trabalho de 3 milhões para 5 milhões de árvores. Aos atuais 800 empregos que gera para esta operação, somará, no mínimo, mais 250. Na fábrica do Litoral, precisará inicialmente de 30 a 40 pessoas e pretende recontratar boa parte dos funcionários demitidos pela Irani, explicou detalhadamente à coluna o diretor-administrativo e financeiro da Flopal/Ambar, Alexandre Azevedo.

— Estamos potencializando nosso negócio e o Litoral, que é de onde somos. Produzimos breu, que é matéria-prima de coisas que colam, e terebentina, que é um solvente muito usado na indústria de produtos de limpeza. Isso pode ser feito de petróleo, mas vários mercados preferem uma origem natural, que é o que fazemos — detalha o executivo, que planeja avançar no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e no México.

A resina que é retirada da árvore é processada na indústria para virar estas matérias-primas. Por enquanto, isso é feito em uma fábrica parceira de Portugal e continuará, somando-se à operação gaúcha. Azevedo chega a antecipar que uma nova indústria está nos planos para o futuro, além da aquisição de nova tecnologia em 2026.
A transação gerou a Nohva Pine Chemical Products, joint venture entre empresas do grupo e a portuguesa Gum Chemicals Solutions, especializada na comercialização de breu e terebentina. A assessoria jurídica da negociação foi do escritório gaúcho Goulart & Lamb, com o Souto Correa.
E por que a Irani comunicou que a fábrica estava encerrando atividades? Certamente por temer algum eventual imbróglio jurídico, mas não precisava.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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