O ano de 2024 começou com a esperança de retornar ao juro de um dígito. Setores econômicos contavam os dias, especialmente o imobiliário, pois comprar a casa própria ficaria mais acessível. Aí, veio a inflação e o Banco Central voltou a subir a taxa Selic, que também encarece outros empréstimos e deixa mais difícil sair da inadimplência. Mas nada que um bom planejamento financeiro não ajude a contornar – e esta é a proposta deste caderno. Neste novo cenário, como fica a decisão entre um financiamento ou um consórcio para comprar o imóvel? E como a subida do juro influencia quem tem investimentos? Afinal, até uma Selic em alta pode trazer benefícios para quem souber aproveitá-la.
E, pela primeira vez, o caderno falará sobre os dilemas da geração sanduíche, que cuida dos filhos e dos pais idosos, enquanto está no auge da carreira. As famílias estão menores, o que potencializa a importância de se planejar para este momento. Além de alertar para essa necessidade, traremos, claro, algumas dicas. E para quem já subiu à camada de sofisticação das finanças, falaremos sobre como proteger o patrimônio da herança por meio de uma holding familiar. Vem, que estamos recheados de informações importantes!
Leia as reportagens
Opinião da coluna
Tempo como aliado
Aos R$ 100 que você guarda neste mês, soma-se o juro do retorno da sua aplicação financeira. No mês seguinte, a taxa da rentabilidade incidirá em cima dos R$ 100 mais o juro que eles tinham rendido. Nos meses seguintes, será o mesmo. Agora, imagina isso ao longo de cinco anos, de 10, de 20... Isso é o que chamamos de mágica do juro composto, na qual o tempo é seu aliado. Quanto antes se começa a guardar dinheiro, menor é o esforço. Agora, imagina se você coloca mais R$ 100 a cada mês neste montante. E se, no final de cada ano, consegue acrescentar mais R$ 500. Não é aposta nem loteria. É rentabilidade em cima de rentabilidade, não precisa de sorte, mas de trabalho e disciplina.
Com meu primeiro salário, aos 15 anos, comprei presentes de Natal para meus pais e meu irmão, guardei um pouco para gastar na praia e apliquei o que sobrou naquilo que, nove anos depois, seria o pagamento à vista pelo meu primeiro apartamento. A tranquilidade de ter um imóvel quitado aos 24 anos me deixou confortável para pagar uma segunda faculdade, que me qualificou para novos trabalhos. O planejamento continuou para ter filhos, casa no Interior e fazer as viagens dos sonhos.
E onde fica o dinheiro aplicado? Faz a roda da economia girar, sendo emprestado para o governo federal investir, para empresas expandirem negócios e, claro, para emprestar para quem não se planejou. O dinheiro que uns colocam no banco como investimento cobre o cheque especial de quem gastou mais do que tinha e pagará juro por isso. Você quer ser quem recebe ou quem paga o juro porque comprou a blusinha ou o carro sem ter dinheiro para isso? É uma verdade dura, sim. Mas nas finanças – como em praticamente tudo nesta vida –, é melhor ser realista do que otimista ou pessimista.
Vamos pensar alto? Com disciplina e longo prazo, é possível alcançar a liberdade financeira, quando a renda dos investimentos cobre os gastos da pessoa, que trabalhará se quiser e no que quiser. Para isso, apaixone-se por cuidar do seu dinheiro.
É assinante mas ainda não recebe a carta semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna