Financiamentos de imóveis parados preocupam compradores, vendedores, corretores e construtoras. A falta de recurso da poupança e do Fundo de Garantia do Tenpo de Serviço (FGTS) restringe os contratos, principalmente da Caixa Econômica Federal (CEF), que domina 68% do crédito imobiliário no país e reduzirá em novembro a cota dos empréstimos. Bancos, governo e empresas buscam soluções. Enquanto isso, a coluna foi buscar o que resta ao consumidor que quer comprar a casa própria. Confira a entrevista do podcast Nossa Economia, de GZH, com a diretora de Assuntos Habitacionais do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul (Sindimoveis-RS), Simone Carvalho.
Qual a opção para a pessoa que quer comprar um imóvel?
A Caixa está buscando alternativas em outras linhas de crédito. Tem o CRF (Crédito Real Fácil), quando a pessoa financia com o próprio imóvel como garantia. O orçamento é mais gordo, porque não tem tanta demanda. E tem a própria carta SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário), para imóveis acima de R$ 1,5 milhão. Está tentando, uma especulação, de usar essa verba.
Quando deve normalizar a situação?
As opções para buscar recurso dependem de legislação. A ideia é tentar atender o público até dezembro e meados de janeiro. De outro modo, vamos ter que aguardar o próximo ano para que se receba todo o recurso anual. Porém, o valor do ano que vem já se sabe que será mais restrito na Caixa.
E outros bancos têm alternativas?
Os bancos privados têm orçamento sobrando. Receberam muitos clientes da Caixa. A demanda deles também está bem grande para assinar contratos, então não está rápido assinar. Mas tem verba.
Mas o financiamento é mais caro?
As taxas têm um ponto percentual de diferença da SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). Claro que no Minha Casa Minha Vida não vai ter comparação mesmo.
O que representa essa diferença de um ponto percentual na quantia que o comprador vai desembolsar?
Vamos dar um exemplo de valores. Os bancos privados começam com taxa de juros de 10,49%. A parcela fica de R$ 200 a R$ 400 acima na linha de crédito SBPE. Mas tem outras coisas que beneficiam. Às vezes, a taxa é um pouco mais alta, mas o seguro obrigatório é um pouco mais baixo. Acaba compensando. Teria que pedir para o seu correspondente fazer um comparativo, mas não só da taxa. Tem que comparar da primeira até a última parcela, que vai mostrar qual o percentual anual que vai pagar efetivamente pelo financiamento. Há maneiras de chegar bem próximo das taxas da Caixa.
Mais alguma orientação ao comprador?
Se a pessoa que precisa comprar efetivamente o imóvel, pode vir a buscar no futuro uma portabilidade para outro banco com uma taxa melhor, mais atrativa. Vale também para quem já assinou o contrato, mas está com dificuldade de conseguir a carta de crédito devido às restrições.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna