Após ter voltado a ser cobrado no ano passado, o imposto de importação para algumas resinas plásticas passará de 12,6% para 20% por um ano. O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) aprovou a elevação para polietileno, polipropileno e PVC, entre outros químicos (30, no total). As taxas mais altas passarão por consulta pública pelo Mercosul que dura 15 dias e depois disso, se não houver objeções, as tarifas serão publicadas no Diário da União e terão validade de um ano, prorrogável.
A medida fazia parte da agenda do secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, que tratou do assunto ainda em 2023 com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. A importação era usada como argumento pelas empresas inclusive para um eventual fechamento de indústria local.
A taxação beneficia principalmente da Braskem, que tem fortíssimo peso no polo petroquímico de Triunfo. As ações da empresa já reagiram com alta na bolsa de valores de São Paulo. Aumentou também o rumor de que era um empurrão do governo para a venda da Braskem. O lucro (Ebitda) da empresa pode subir US$ 300 milhões com a tarifa, elevando seu valor de mercado em US$ 3 bilhões.
Atualmente, a Petrobras é dona de 36,1% da Braskem e a Novonor (ex-Odebrecht, em recuperação judicial), 38,3%. Recentemente, a Adnoc, petroleira dos Emirados Árabes, fez uma proposta para compra da petroquímica. Se Braskem for vendida, Novonor pode pagar dívidas, sair da recuperação judicial e atuar nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal).
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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