Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Estratégico, democrático e agradável, o comércio de vizinhança avançou no Rio Grande do Sul da pandemia para cá. Um dos motivos foi o teletrabalho, que levou as pessoas a fazerem suas compras no entorno de casa, o que, aliás, tornou-se até um passeio para espairecer no auge do isolamento social. Forma-se, então, um ciclo econômico. A demanda leva à abertura de mais lojas nos bairros, o que, por sua vez, traz segurança nas ruas ocupadas pela comunidade. O custo para o comerciante também é menor do que instalar-se em centros comerciais ou áreas centrais.
Em levantamento encomendado pela coluna, Thais Del Pino, coordenadora do Núcleo de Pesquisas do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA), compilou dados de emprego com carteira assinada do Ministério do Trabalho que são bons indicadores deste desempenho. No Estado todo, o varejo geral teve um aumento de 8,3% nos postos de trabalho de dezembro de 2020 (quando diminuíram os fechamentos pelo coronavírus) até abril de 2024 (antes da enchente, para desconsiderar oscilações pontuais), subindo a 462.191. Já as atividades de comércio de vizinhança aumentaram em 14,1%, chegando a 218.710 o número de funcionários. Elas são parte do varejo geral e puxam seu avanço.
Em Porto Alegre, o destaque do comércio de vizinhança foi ainda maior, talvez por ser Capital, o que o fez perder mais espaço nos anos anteriores para outras opções, como shoppings. O varejo geral teve aumento de 6,9% no número de trabalhadores, passando a 76.296. Já atividades típicas de comércio de bairro elevaram em 16%, para 25.696 empregos.
Grande gerador de empregos
Em tempo, perceba a representatividade grande do comércio de vizinhança nos empregos gerados pelo varejo total. Na Capital, apesar de menor, ainda é um terço. Considerando o Estado todo, pela força do comércio local no Interior, chega à quase a metade dos postos de trabalho.
O grande destaque
As farmácias são o grande destaque na abertura de empregos. No Rio Grande do Sul, foram 7,2 mil novos postos de trabalho no período. Em Porto Alegre, aumentou em 1,1 mil o número de trabalhadores.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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