Indústria de confecções de Getúlio Vargas, no norte gaúcho, a Bella Moda receberá o prêmio nacional Patente Verde da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI) por um projeto de reciclagem de restos de tecido. O destaque da tecnologia gaúcha patenteada se deve à iniciativa da empresa de desenvolver um processo para destinar os resíduos da produção, que chegam a 30% do tecido sintético que usa de matéria-prima, e do pós-consumo, com roupas que não têm mais como serem usadas.
Com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul (Senai-RS), foi desenvolvido um processo que transforma esse material, que é plástico, em grânulos que depois viram peças plásticas, como cabides, e até mesmo novos tecidos. A ideia deu tão certo que foi criada uma empresa só para isso, a Libertecce, incubada no Centro Tecnológico de Erechim e que, em breve, expandirá sua operação para um pavilhão no local, com investimento de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões.
— Para ter uma ideia, temos capacidade para processar 20 toneladas por mês, mas apenas um dos nossos clientes já produz isso de resíduo — conta o sócio-diretor João Carlos Oleksinski de Andrades, explicando que a empresa passou a fazer a reciclagem também para outras fábricas que precisavam resolver o seu descarte.
Diretor do Senai-RS, Victor Gomes lembra que a Bella Moda inscreveu-se em um dos editais de inovação da instituição.
— Era uma empresa de mais de 30 anos com muitos resíduos, precisava descobrir o que fazer com ele e buscou ajuda dos nossos pesquisadores, que trabalharam na desfibragem do material, que é processado depois em um misturador termocinético — diz o executivo, bastante animado com o andamento que o empreendedor deu à pesquisa, ao criar até uma nova fábrica.
Entre os clientes, estão empresas do setor moveleiro, automotivo e calçadista. Ao comemorar o prêmio que será entregue no 44º Congresso Internacional da Propriedade Intelectual, em Porto de Galinhas (PE), Oleksinski lembra outros empreendedores:
— Inovar demanda tempo e investimento.
Lembrando que as patentes verdes são invenções com foco na sustentabilidade ambiental e trâmite acelerado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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