Tradicional loja de tecidos criada em 1940, a Antiga Casa X prepara o encerramento das suas atividades. A decisão está tomada, mas ainda não há data definida. Gisette Maria Sada da Silva, neta do fundador Mario Sada, disse estar "empurrando com a barriga". Há um peso emocional grande, assim como certamente esta notícia terá em gerações de clientes que compraram na loja ao longo destes mais de 80 anos.
A última unidade da Antiga Casa X funciona em um prédio da própria da família, construído no começo do século 20 na Rua Marechal Floriano Peixoto, no Centro Histórico de Porto Alegre. Após o fechamento, a ideia é alugar os cinco andares. A estrutura não chegou a ser atingida pela enchente, mas assim como outros negócios da região, sentiu a redução maior no fluxo de consumidores. Além da suspensão da Trensurb, o acesso é prejudicado pelas obras no Quadrilátero Central. Mas a decisão vem de antes da cheia.
— Estamos empurrando com a barriga. Peguei uma época em que vendíamos 1,5 mil notas por dia. Tinha até fila para entrar na loja. Aí foi caindo, a confecção ficou mais barata, as costureiras sumiram. Para comprar roupas mais finas, de festas, as pessoas viajam, compram tudo pronto — diz Gisette.
A Antiga Casa X chegou a ter filiais nas avenidas Cristóvão Colombo e Assis Brasil, além de uma passagem rápida pelo Shopping Total. A operação do Centro já teve 40 funcionários no auge, mas apenas 11 pessoas trabalham na loja atualmente.
Mas por que se chamava Antiga Casa X? Quando criou a empresa, o fundador comprou uma alfaiataria chamada Casa X, que ficava na Rua Voluntários da Pátria, liquidou o estoque e adaptou o nome.
* Colaborou Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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