O Grupo Panvel planeja construir uma nova fábrica de medicamentos, cosméticos e alimentos do seu laboratório Lifar, que teve sua unidade alagada no 4º Distrito, em Porto Alegre. Ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, o diretor diretor-executivo Financeiro e de Relações com Investidores, Antônio Napp, explicou que a ideia já era antiga, porque a empresa precisa de mais espaço para produzir, mas foi acelerada pela enchente.
— O Lifar já tem quase 50 anos e sempre operou no mesmo local. Pelo seu crescimento nos últimos anos, começamos a enfrentar restrição de capacidade. Temos olhado opções há algum tempo, mas ainda sem definição — explica Napp, dizendo que alguma operação ainda poderá seguir na estrutura atual.
O Lifar vem retomando sua produção e deve atingir 100% em setembro. Enquanto isso, a Panvel reuniu-se com o governo do Estado com interesse no novo Fundo Operação Empresa do Rio Grande do Sul (Fundopem-RS), que ampliará incentivo de ICMS para empresas atingidas pela inundação.
Assista à entrevista na íntegra:
A sede da Panvel e o centro logístico ficam em Eldorado do Sul, uma das cidades do Estado mais impactadas. A estrutura física não foi atingida pela água, mas ficou isolada por 20 dias. A unidade seguirá no local, mas o data center foi trazido à Capital, onde ficará, diz Napp.
— Estamos discutindo alguns investimentos na nossa planta para protegê-la um pouco mais. Vamos continuar investindo no Rio Grande do Sul. Nosso planejamento não mudou. Mas, se o Estado não fizer nada, há risco de indústrias saírem daqui para Estados vizinhos, que historicamente oferecem mais benefícios — ponderou o executivo, ao ser questionado pela coluna sobre os impactos da tragédia no ambiente de negócios do Estado.
— Temos a visão de que as linhas de crédito que vieram do BNDES são insuficientes. A burocracia para acessá-las é gigantesca. Não falta boa vontade do time do banco. Eles atendem, respondem, mas é muito difícil vencer todas as etapas. Não estão estruturados e não têm a caneta para liberar o recurso de maneira ágil — complementou, referindo-se ao recurso federal.
O plano de abrir 60 farmácias em 2024 está mantido, mas novos detalhes serão informados após a divulgação de resultados trimestrais. A Panvel tem capital aberto na bolsa de valores.
Ouça a entrevista na íntegra:
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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