Não foi apenas o temor de recessão nos Estados Unidos que fez as bolsas despencarem pelo mundo. Há, claro, a influência de um aumento maior do que o esperado na taxa de desemprego, com a criação menor de vagas de trabalho, além da demora do Federal Reserve (FED) de iniciar a redução da taxa de juro.
Porém, houve ainda influência do desmonte de operações de "carry trade", como são chamadas as negociações nas quais investidores tentam ganhar na diferença do juro entre os países, pegando emprestado onde a taxa é mais baixa e aplicando onde é mais alta. Um dos motivos disso foi o Japão elevar novamente seu juro, fortalecendo sua moeda, mas deixando os empréstimos de investidores mais caros.
Para fechar, agosto é época de férias no Hemistério Norte, reduzindo negociações na Europa e nos Estados Unidos. Isso deixa o mercado mais volátil, tornando mais extremos movimentos de aversão ao risco e deixando menos atrativas as operações de "carry trade".
Aqui no Brasil, a queda não foi tão brusca quanto em outros mercados. O Ibovespa recuou apenas 0,46%, enquanto a bolsa do Japão despencou 12,4%.
Ainda assim, essa reação mundial exagerada pressiona os Estados Unidos para começarem logo a cortar o juro.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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