O socorro a empresas atingidas pela enchente começará a chegar na ponta em breve, com o início da liberação das linhas de crédito com juro baixo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a rodada de conversas que está sendo feita com os bancos que serão os repassadores. Os empréstimos geram muitas dúvidas de empreendedores, que anseiam pelos financiamentos para refazer estoques, reequipar suas unidades e, em vários casos, reconstruir seus imóveis. A coluna trouxe algumas destas dúvidas na entrevista do Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, com o chefe do Departamento de Clientes e Relacionamento Institucional do BNDES, Tiago Peroba. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra no final do texto.
Qual o custo máximo do empréstimo, ou seja, a taxa de juro?
No financiamento a máquinas e equipamentos, é de 0,6% ao mês no custo final ao tomador lá na ponta. O limite é o mesmo para a linha de crédito para construção e reforma de obras civis. Por fim, a linha de capital de giro, quando falamos de recompra de estoque, tem custo de 0,8% ao mês.
Pode cobrar outras taxas, exigir compra de seguros, outro produto ou mesmo um relacionamento anterior com a instituição financeira?
Olha, indicamos que não. Se uma venda casada ocorrer, indicamos que o cliente procure a ouvidoria do BNDES no site do banco (bndes.gov.br). Os percentuais que passei são o custo total final para o tomador.
Até quanto a empresa pode tomar de empréstimo?
O limite será definido com a instituição financeira. Tem valores máximos por cliente, o teto. Tem empresa que vai pegar R$ 600 mil, outra R$ 1 milhão ou R$ 100 milhões. Cada linha é uma negociação. A empresa poderá pegar empréstimo em mais de uma, reconstrução e capital de giro, por exemplo.
Quanto à análise de crédito, como é a exigência de garantia e sobre não haver restrição de dívidas anteriores? Empresas dizem que as que mais precisam do dinheiro estão com débitos abertos agora e têm crédito negado.
Temos conversado insistentemente e alinhado com os bancos que o modelo de análise agora vai se descolar do tradicional. Para empresas continuarem existindo e as operações ocorrerem, será preciso uma mudança de postura nas contrapartidas de garantia. A priori, o banco vai sempre solicitar as garantias, mas será analisado caso a caso. O BNDES tem, a partir de recursos do governo federal, um fundo garantidor para parte das operações para reduzir o risco.
Se o pedido for negado, tem como reclamar ou pedir nova análise?
Temos uma ouvidoria dentro dos bancos para este programa emergencial do BNDES no Rio Grande do Sul. A lista de e-mails está no nosso site. Estamos em contato direto com a equipe de cada banco.
Ouça a entrevista completa:
Colaborou Kyane Sutelo
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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