A dificuldade para receber mercadorias de fornecedores e a alta procura por parte dos consumidores preocupam supermercados do Rio Grande do Sul. A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) diz não haver problemas generalizados de abastecimento no Estado, mas há dificuldades pontuais. A coluna, porém, tem relatos de desabastecimento no Vale do Rio Pardo e na Região Central.
De Sobradinho, a sócia-proprietária da rede Super Treviso Bruna Trevisan chega a dizer que consumidores estão "desesperados". Das duas lojas da empresa na cidade, apenas uma está aberta. A outra foi atingida pela alta do Arroio Carijinho. A água já baixou, mas a unidade precisa ser limpa antes de voltar a operar.
— Temos estoque ainda, mas a loja que abrimos está lotada. As pessoas estão lotando os carrinhos. E não chega nada de fornecedores — conta Bruna, que ainda relata que clientes acabam deixando mercadorias porque não conseguem pagar com Pix:
— Não há internet. As pessoas chegam ao caixa e deixam as mercadorias porque não conseguem usar o Pix e não têm dinheiro em papel.
Dono do Mercado Cherobini, em Silveira Martins, na Região Central, Yuri Nunes precisou ir a Júlio de Castilhos, a 50 quilômetros, pelo único deslocamento possível para conseguir buscar mantimentos:
— Consegui com colegas supermercadistas alguns itens, mas os mercados lá estão lotados. Tem muita procura por água. Frutas e legumes já estão faltando. Nossa região está isolada. Não temos perspectiva de receber mercadorias — afirma.
Yuri foi com seu próprio veículo e está dividindo o que conseguiu com mercados da cidade vizinha de Ivorá, onde há falta de água e leite.
Na manhã desta quinta-feira (2), a coluna informou que a Ceasa antecipou o horário de comercialização em Porto Alegre para ajudar na distribuição dos alimentos para o Interior. O grande problema, porém, é que muitas estradas estão bloqueadas, impedindo a vinda dos compradores e o transporte das mercadorias.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@diariogaucho.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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