Entre os primeiros atingidos pela inundação de Porto Alegre, comerciantes do centro fizeram — e ainda fazem — malabarismo para tentar salvar o possível das suas mercadorias e estruturas. Impossível calcular agora o tamanho do prejuízo. Em paralelo, há o medo de saques, que fazem a dor ser maior ainda.
Na Rua Voluntários da Pátria, o comerciante Rafael Bravo, da loja de roupas Bravo Kids, subiu parte dos móveis quando recebeu orientações sobre o alagamento.
— Mas levantei apenas um metro. Parte dos produtos se perderá, mas pouco — espera o empresário, que tem ido à loja constantemente com medo de saques.
O camelódromo, claro, está ilhado. Comerciantes até queriam atravessar a água para chegar também com receio de furtos, mas não conseguiam.
Do Mercado Público, o sócio da Banca do Holandês Sergio Lourenço levou o estoque para outras lojas e para o centro de distribuição no bairro Floresta.
— Conseguimos salvar muita coisa. Foi uma força-tarefa, o pessoal trabalhou para caramba. Está todo mundo exausto — diz o empresário, que, porém, mora na região da ilhas e teve sua casa invadida pela água.
Outro baque nos comerciantes do Mercado Público é que muitos alimentos salvos da água serão perdidos pela falta de luz para conservá-los. É o caso do próprio presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), Rafael Sartori, sócio do açougue Santo Ângelo:
— É inacreditável, não caiu a ficha ainda. Colocamos nos freezers do segundo andar, mas já caiu a energia no primeiro dia. Com certeza, vai tudo para descarte — lamenta.
Colaborou Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@diariogaucho.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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