A água ainda está alta e pode voltar a subir com a chuva dos próximos dias, mas a coluna pede licença para já falar um pouco em reconstrução. Em conversa longa com o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Claudio Teitelbaum, o empresário disse que o setor atuará em três fases nesta tragédia.
A primeira é de curto prazo e já está acontecendo. Segundo ele, as construtoras ajudaram a fazer abrigos, principalmente colocando banheiros, geradores e comprando colchões. Ele disse que também estão se dedicando à recuperação das estações de tratamento da Capital, fazendo soldas especiais e cercando as bombas.
— A área de engenharia não vai descansar enquanto não tiver água saindo pela torneira — disse.
A segunda começa com a limpeza e organização das cidades, seguida pela construção rápida de casas temporárias e definitivas. Já se sabe que são mais de 300 mil pessoas desalojadas. Será necessário muito mais do que as residências feitas para o Vale do Taquari. Elas, aliás, demoraram para ficarem prontas, mas ele acredita que isso não ocorrerá agora.
— As prefeituras serão mais ágeis, tenho certeza (referindo-se à liberação dos terrenos e preparação de infraestrutura básica). E queremos tecnologia para construção modular, para erguer residências em até 90 dias. A Quick House, por exemplo, levanta casa em 15 dias — exemplificou ou presidente do Sinduscon.
Já estão sendo captados recursos e as doações de materiais, mão de obra e tecnologia podem ser feitas à entidade, que depois presta contas da aplicação do dinheiro. O contato pode ser pelo telefone 51.30213440 ou pelo e-mail diretoria@sinduscon-rs.com.br.
Aqui, começa a entrar a terceira etapa. Gaúchos que integram a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), incluindo Teitelbaum, trabalham com o Ministério das Cidades para desburocratizar o recurso do Minha Casa Minha Vida, programa de habitação popular do governo federal.
— Vamos mapear o número de apartamentos prontos e quase prontos. Eles podem até ser comprados pelo governo federal e financiados de um jeito mais fácil — disse.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@diariogaucho.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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