Gigante mundial de tecnologia, a Dell mudou sua política interna global para que funcionários trabalhem presencialmente. Tirando aqueles que precisam comparecer todos os dias, seja nas unidades ou no atendimento a clientes, os demais passam a ser todos híbridos, que deverão ir até o escritório ao menos 39 dias por trimestre, o que dá cerca de três dias por semana. Há quase um ano, por um comunicado, a companhia já tinha convidado a retornar quem morava a menos de uma hora do local. Agora, a presença será fiscalizada pelo crachá.
Haverá a possibilidade de que alguns mudem para a modalidade remota nos próximos meses. Porém, eles não poderão se candidatar a promoções de carreira nem terão orçamento extra de viagem para comparecer a reuniões, conforme comunicado interno ao qual a coluna teve acesso. No Rio Grande do Sul, a empresa tem unidade em Eldorado do Sul e aproximadamente 3 mil funcionários.
"No atual cenário de revolução tecnológica global, a companhia acredita na importância de combinar momentos de contato pessoal com uma abordagem flexível como um fator crítico para impulsionar a inovação e gerar diferenciação.", diz nota da Dell enviada à coluna. O presidente da empresa no Brasil, Diego Puerta, pondera que a flexibilidade no trabalho segue como premissa, mas agora com regras mais claras.
Desde 2011, a empresa adotou globalmente uma política flexível, com 65% dos funcionários no Brasil no programa Connected Workplace, que está sendo substituído agora. No início da pandemia, foi viabilizado o trabalho remoto para praticamente todas as áreas da empresa. Ainda em 2022, o CEO, Michael Dell, criticou em um artigo os seus colegas executivos que estavam determinando o retorno dos funcionários ao escritório. Falava que, na Dell, não havia diferença de engajamento e se comprometia a deixar os trabalhadores escolherem a forma de atuar. Mas não foi só a Dell que mudou de ideia, isso está ocorrendo em gigantes de tecnologia e de outros segmentos, além de empresas menores. Há poucos dias, a multinacional IBM deu um ultimato aos gestores para que se mudem para perto de um escritório ou saiam da empresa. Convocou os executivos a trabalharem presencialmente ao menos três vezes na semana.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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