O jornalista Paulo Rocha colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Desde a semana passada, comerciantes de uma das ruas mais movimentadas da Capital, a Voluntários da Pátria, no Centro Histórico, convivem com a presença de dezenas de morcegos. Uma colônia se instalou no prédio onde há uma galeria comercial. Ao lado, fica uma unidade do McDonald's, que, por precaução, chegou a fechar na última sexta-feira (12) e por algumas horas no sábado (13).
Na manhã desta segunda-feira (15), a coluna esteve no local, viu os morcegos pendurados em janelas do edifício e falou com funcionários da rede de fast-food. Eles estavam limpando o chão da loja, que normalmente abre às 7h, mas ainda estava fechada depois das 9h. Um deles, que não quer ser identificado, diz que a presença dos animais tem atrapalhado, principalmente pelo cheiro. Nesta tarde, porém, a unidade estava aberta novamente. A coluna procurou o McDonald's para saber se há riscos para a lanchonete, mas ainda aguarda resposta.
A coluna também entrou na galeria comercial, onde havia apenas uma barbearia e uma loja de calçados funcionando. A prefeitura não chegou a notificar o dono do imóvel. Segundo o médico veterinário da Equipe de Vigilância de Antropozonoses, José Sangiovanni, a Secretaria Municipal da Saúde apenas age quando são encontrados morcegos mortos ou caídos para verificar se o animal está ou estava doente.
— Morcegos não são uma espécie nociva, não são pragas. Porém, acabam sendo reservatório do vírus da raiva. Quando encontramos mortos, moribundos ou caídos, aí realizamos um estudo para saber se ele tinha a doença — diz, acrescentando que a notificação de remoção dos animais vivos seria responsabilidade da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).
Por outro lado, a Equipe de Fauna Silvestre, que faz parte da Smamus, diz que em ocorrências envolvendo morcegos seu trabalho consiste apenas em prestar esclarecimentos, dar informações e orientações ao cidadão.
"Na ocorrência com morcegos, o procedimento permitido por lei é aguardar até que os animais abandonem o local e, após a saída, proceder a limpeza para remoção das fezes. As fezes podem ser removidas com aspirador de pó ou com auxílio de água sanitária. Após a saída dos animais e limpeza, deve-se vedar todas as frestas para evitar a entrada de novos animais. O proprietário do local onde há ocorrência com morcegos é orientado a buscar um biólogo especializado para o manejo correto dos animais, dentro do que é permitido por lei", diz a pasta.
Colaborou Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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