Não vai ter feira do pêssego neste ano em Porto Alegre. Os temporais danificaram a já reduzida produção da fruta. Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, Cleber Vieira conta que os poucos produtores que conseguiram colher algo estão vendendo em pontos do Centro, mas sem quantidade para ofertar no evento, que tradicionalmente é realizado em novembro.
Vieira destaca que as plantações de pêssego despencaram nos últimos anos. A Capital chegou a ter 200 hectares, mas hoje tem apenas 16 hectares, divididos em seis produtores.
— Tivemos anos sem local para realizar a feira e sem pontos de venda na cidade, que agora até voltaram, mas é preciso um trabalho maior para retomar a produção. Temos sugerido à prefeitura oferta de mudas e garantia de comercialização direta ao consumidor final para que os pequenos tenham menos custos e consigam competir com o preço do que os atacadistas trazem de fora do Rio Grande do Sul - detalha o presidente do sindicato.
As plantações de hortaliças também sofreram com a chuva, especialmente a da semana passada. Há propriedades com perda de até 90% da plantação. O plantio de soja, cultura que entrou na cidade recentemente, também está atrasado. Na contramão, a uva teve uma retomada nos últimos anos.
Para quem está conhecendo o lado agrícola de Porto Alegre, saiba que a cidade tem uma zona rural rica, tanto em potencial de cultivo quanto no turismo de natureza, com, por exemplo, o roteiro Caminhos Rurais.
Dados da Emater sobre a produção de pêssego em Porto Alegre:
2023
- Número de produtores: 6
- Área: 16 hectares
- Produtividade: 4,8 toneladas por hectare
- Produção estimada: 90 toneladas.
- Quebra na safra: 40%.
- Causas: seca dificultou desenvolvimento de gemas vegetativas e frutificação. Depois, houve excesso de chuvas, ventos fortes e até queda de granizo em pomares.
Dados de 2022, para comparação:
- Número de produtores: 8
- Área: 20 hectares
- Produtividade: 8 toneladas por hectare
- Produção estimada: 160 toneladas
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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