Enquanto projeta abrir mais empregos no final do ano, o comércio lida com a concorrência com sites estrangeiros, espera redução de juro e a tramitação da reforma tributária. Aqui no Rio Grande do Sul, o varejo e o setor de serviços do Rio Grande do Sul abrirão 15.481 vagas temporárias, estima a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No ranking nacional, fica atrás de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, ouviu o economista da entidade, Fabio Bentes. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra no final da coluna.
Em relação a outros anos, houve mudança quanto a segmentos que vão contratar mais? Algumas redes de varejo seguem enxugando sua estrutura.
É verdade. O ritmo de crescimento tem se destacado especialmente do setor de serviços, o que se traduz em um mercado de trabalho mais aquecido. Ele foi o penúltimo setor a se recuperar da crise da pandemia. A indústria ainda não se recuperou, mas o comércio está 3% acima do pré-pandemia e os serviços, 12%. Hospedagem e alimentação devem gerar 63 mil vagas no país neste fim de ano; setor de transporte, 17 mil vagas; e a grande maioria será no comércio.
Como está a disputa do varejo nacional com os sites estrangeiros após o governo federal ter isentado o imposto de importação das empresas que aderiram ao Remessa Conforme, como Shein e AliExpress? Há previsão de retorno de parte da alíquota?
Quando importamos, estamos gerando emprego lá fora. Então, há uma preocupação do varejo de um modo geral. O que tínhamos era uma situação esdrúxula. Pessoas jurídicas no Exterior se passavam por pessoas físicas e enviavam produtos ao Brasil no valor de até U$ 50, ficando isentas do imposto e criando de desigualdade com o varejo nacional. Uma forma de dar isonomia é estender a redução para a relação entre pessoas jurídicas no Brasil, para um varejista que, por exemplo, que queira importar. Até o final do ano, o governo deve se posicionar. Fala-se em alíquota de 28% (era de 60%). Reduzir a alíquota é importante? É. Ninguém aguenta pagar mais imposto, mas que se reduza para todo mundo, para não criar distorções. E tem a reforma tributária, tema importante que pode equacionar o problema.
Ouça a entrevista completa:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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