A tecnologia espacial por meio de pequenos satélites é uma opção para aprimorar alertas de desastres naturais, assunto em pauta no Rio Grande do Sul, que enfrentou há um mês a forte enchente no Vale do Taquari. Ela prevê o envio dos equipamentos para a órbita terrestre e até de outros planetas, para que possam ajudar na previsão dos fenômenos climáticos, que têm sido mais extremos. Na Futerecom 2023, evento de inovação que a coluna acompanha em São Paulo, se fala bastante em um tipo de equipamento chamado CubeSat, os mais comuns são cubos de 10 centímetros e dois quilos.
- Houve redução no tamanho do objeto, mas, com o avanço da microeletrônica, não se perde capacidade de processamento e permite atuar em missões complexas - diz Renato Borges, que integra o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e é professor do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB).
O profissional reforça que as informações podem ser obtidas em tempo real. Isso, é óbvio, ajuda na tomada de decisão em cenários críticos, como notificar a população para uma eventual evacuação. Outro ponto importante é a ajuda às equipes para salvamentos.
- O setor aeroespacial brasileiro cresceu muito. Temos competência e arcabouço legal. Para chegar ao setor produtivo, faltam ações estratégicas. Não adianta só construir o satélite sem aplicá-lo para resolver o problema - diz Borges.
Os pequenos satélites ainda não usados para esta finalidade, mas há uma pesquisa em andamento em Santa Catarina, chamada Constelação Catarina, Estado que tem se mostrado bem avançado na prevenção a desastres climáticos. O professor diz que é preciso unir governos, empresas e instituições de ensino, como em qualquer iniciativa de inovação. Ele pondera que o investimento é baixo, tanto do setor público como do privado.
* A coluna viajou a São Paulo a convite do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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