Maior produtora de biodiesel do país, a Be8 (antiga BSBios) investirá R$ 80 milhões para fabricar um novo biocombustível, que está sendo lançando no mercado nesta segunda-feira (2). Para isso, fará uma "fábrica dentro da fábrica" de Passo Fundo, no norte gaúcho. À coluna, o presidente Erasmo Carlos Battistella explicou que foram dois anos de pesquisa da tecnologia, que enfatizou ter sido desenvolvida por uma equipe no Rio Grande do Sul.
O produto foi chamado de BeVant, que chega ao mercado com um custo 50% inferior à cotação internacional do diesel verde (HVO, Hydrotreated Vegetable Oil). O novo biocombustível é feito das mesmas matérias-primas do biodiesel, que são óleos vegetais, gorduras e óleos reciclados.
— Vamos continuar produzindo o biodiesel, mas vamos adicionar fases no processo. O Be8 BeVant tem maior performance e menor índice de metais, e pode ser usado em todos os motores a diesel. Será um novo biocombustível para cumprir metas de descarbonização no curto prazo — destaca Batistella.
A ideia é produzir 150 milhões de litros ao ano. Inicialmente, vai abastecer apenas o mercado interno. Futuramente, a produção poderá ser feita também na fábrica que a empresa tem em Marialva, no Paraná. O Be8 BeVant é um metil éster bidestilado, e pode ser adicionado 100% ou misturado ao óleo diesel.
— É fruto dos nossos investimentos na Europa (onde tem uma fábrica de biodiesel na Suíça) e também da nossa atuação no Paraguai — reforça o executivo. A produção deve começar em 12 meses.
O produto poderá abastecer geradores de energia e máquinas pesadas da construção civil, do agronegócio e da terraplanagem, além dos setores de logística para produção de minérios, transporte de passageiro e de cargas nos modais rodoviário, marítimo e ferroviário. A Be8 já conseguiu a patente de invenção no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A fase de testes em motores Euro V em banco de provas comprovou as vantagens, diz Battistella. Com maior teor de éster, ele reduz em até 50% as emissões de CO (monóxido de carbono), até 85% de materiais particulados e até 90% de fumaça preta.
Assista ao vídeo da entrevista:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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