Fabricante de alimentos de Tupandi, a Bom Princípio prepara a duplicação da sua indústria e estreia o primeiro centro de distribuição fora do Rio Grande do Sul. Ele fica em Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Em paralelo, amplia a exportação, iniciada em 2023. Direto de uma feira de alimentos na Alemanha, o presidente, Alexandre Ledur, e o especialista da empresa em exportação, Vinicius Corrêa, anteciparam as informações ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha. Confira trechos abaixo e assista à integra no final da coluna.
Por que um centro de distribuição em Pernambuco?
Alexandre Ledur: Vamos aumentar nossa capacidade de logística, o que trará muito mais velocidade na entrega. Também prevemos a ampliação do mix de produtos, aumentando clientes. Até então, os itens para o Nordeste saíam de Tupandi, no Rio Grande do Sul. O transporte acaba sendo muito longo e prejudica o giro de produtos. Pernambuco fica centralizado no eixo litorâneo do Nordeste. Abrange da Paraíba a Fortaleza e Ceará. Também tem um pequeno incentivo para empresas que se instalam no Estado.
Haverá mais centros logísticos?
Ledur: Os próximos estão por vir em 2024. Provavelmente, teremos um centro de distribuição no Sudeste e mais um no Nordeste para dar suporte ao nosso plano de expansão. Em dois anos, queremos triplicar o faturamento no Nordeste, que hoje representa 10% do nosso total.
Quais produtos vendem para lá?
Ledur: São semelhantes. Na Região Sul, o carro-chefe ainda é a chimia tradicional, até porque são 27 anos de tradição. No Nordeste, se vende principalmente recheios, de chocolate, fruta, à base de leite, como cremes de avelã. Estamos dentro do maior supermercado da região, que é o terceiro maior do Brasil, o Grupo Mateus.
A expansão exigirá ampliação da fábrica?
Ledur: Com certeza. Já está no nosso projeto para 2024. E há outro para 2025. Com isso, duplicaremos a capacidade produtiva na fábrica do Rio Grande do Sul, com investimento de R$ 20 milhões. Empregamos 270 pessoas, além de 100 representantes de venda, sem contar os indiretos e produtores rurais, com mais de mil famílias que fornecem todas as frutas e legumes para nossa indústria. Projetamos, em 10 anos, estar com mais de 400 funcionários.
Como lida com a expansão dos atacarejos mais do que dos supermercados?
Ledur: Atendemos da mesma forma. Atacarejo é uma tendência que se criou com pandemia e redução do poder aquisitivo da população, pois traz margem mais viável ao consumidor. A indústria também colabora para chegar nessa população.
Como é a exportação da Bom Princípio?
Vinicius Corrêa: Estamos iniciando em 2023. Temos um projeto de que, em 10 anos, de 25% a 30% do faturamento venha do comércio exterior. Estamos na Alemanha, na feira de Anuga. Exportamos para a Guiana, já tivemos venda para a República Dominicana e estamos em tratativas avançadas com outros países da América Latina, como Paraguai, Uruguai e México.
Quais produtos?
Corrêa: Estamos com foco em países mais próximos, com consumo mais similar. Para a Guiana, foi um contêiner de chimia e creme de avelã. Agora, estamos fazendo um mix grande, mirando Paraguai e Uruguai, que fizeram registro dos nossos produtos. É um processo moroso, mas foi concluído. Vamos colocar praticamente todos os nossos produtos, doces de fruta, geleias, recheios, bisnagas de um quilo de chocolate e de frutas, além de outros, como doce de leite.
Assista ao vídeo da entrevista:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna