Empresa do grupo J&F (controlador da JBS), a Âmbar Energia comprou da Eletrobras a Usina Termelétrica Candiota, na Campanha, batizada de Candiota 3. O valor da negociação atingiu R$ 72 milhões. Movido a carvão mineral, o empreendimento foi inaugurado em 2011 e tem a capacidade de 350 megawatts (MW), suprindo o consumo de energia de cerca de 8% da população do Rio Grande do Sul.
A usina era a última operação de carvão da Eletrobras, que foi privatizada e tem meta de carbono zero até 2030. Candiota representa cerca de um terço das emissões totais da empresa. Já a Âmbar, por outro lado, diz que a aquisição faz parte dos seus investimentos em segurança energética, fazendo referência ao uso do carvão quando as demais fontes não são suficientes e térmicas são acionadas.
Em nota, o presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta, disse que a usina seguirá "à disposição do sistema elétrico brasileiro". Ou seja, possível de acionamento quando necessário, o que, apesar de questionado do ponto de vista ambiental, tem impacto econômico em Candiota, que fica na maior reserva de carvão mineral do país. A cadeia energética da Usina Termelétrica Candiota é responsável por aproximadamente 40% da arrecadação do município. A unidade emprega 500 pessoas.
A Âmbar já atua na geração de energia renovável e a gás natural, com investimentos em usinas e energia solar. Com a incorporação da usina de Candiota, a capacidade total de geração sobe para 1,8 gigawatt (GW). A companhia também atua em transporte de gás (gasodutos), comercialização de energia e prestação de serviços ligados à área, como projetos de eficiência energética. Em 2021, a Âmbar comprou a usina de Uruguaiana 10 meses após a norte-americana AES ter vendido a operação para a argentina Saesa.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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