O sistema atrapalhou a emissão da nota fiscal eletrônica por microempreendedores individuais (MEI) no primeiro dia da nova regra. Passou a valer nesta sexta-feira (1º) a obrigatoriedade da emissão de Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) no padrão nacional e pelo site ou aplicativo do governo federal. Até então, o processo era realizado no site das prefeituras. A coluna recebeu reclamações sobre lentidão no sistema, problemas no acesso, burocracia e até relatos de que não se conseguiu obter o documento.
Dono de uma vidraçaria em Porto Alegre, o microempreendedor Vagner Ribeiro chegou a desistir de fazer o processo sozinho e acionou um contador.
— O sistema caiu várias vezes, além de ser bem burocrático, pedindo mais dados do que antes. Não tivemos nenhuma orientação de como fazer e para não ficar sem emitir as notas, tive que gastar com o serviço de um contador — detalhou.
O presidente da Federação das Associações de Micro Empresas do Rio Grande do Sul (Fepeme), Wagner Silveira, também recebeu diversas reclamações. Entende que há demanda elevada, mas realmente achou o sistema mais burocrático.
- O sistema é diferente, requer mais informações que antes não eram necessárias. Se para nós profissionais contadores está mais complicado, para os microempreendedores que, algumas vezes são leigos, é mais difícil ainda - refletiu.
O Sebrae, que foi parceiro do governo na criação do programa, confirma que aumentou o número de reclamações. A especialista em MEI da instituição no Rio Grande do Sul, Giulia Mattos, porém, justifica que a parte técnica cabe à Receita Federal.
-Não temos como acessar o sistema para remediar o problema. A orientação é acessar em horários alternados e reportar os erros ao atendimento da Receita - afirmou. O canal para reclamações é atendimento.nfs-e@rfb.gov.br. Sobre as reclamações de o sistema ser mais burocrático, Giulia ainda entende que não é, dizendo que algumas informações são abastecidas diretamente pelo gov.br.
Apesar dos relatos recebidos pela coluna, a Secretaria da Fazenda de Porto Alegre diz que recebeu poucas reclamações. Já a Receita Federal confirmou a lentidão e a instabilidade na emissão da NFS-e, afirmando que o motivo é a alta demanda como início da obrigatoriedade. Acrescentou estar trabalhando para normalizar o serviço com o responsável pela armazenagem do sistema.
No Gaúcha Atualidade desta quinta-feira (31), da Rádio Gaúcha, a especialista do Sebrae RS explicou como mudou a emissão da nota:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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