Maior construtora do Rio Grande do Sul, a Melnick está desde o final da semana passada na força-tarefa de ajuda às cidades atingidas pela enchente e deve ficar por um bom tempo. Além de doações emergenciais básicas, a empresa tem enviado levas de 20 funcionários para atuarem como voluntários. Por enquanto, eles estão fazendo um trabalho de organização, o que inclui até a separação de doações. A ideia, porém, é entender o que a comunidade precisará para ir aprimorando a atuação das equipes, que seguirão sendo destacadas pela incorporadora para essa missão humanitária e de recuperação econômica.
— O que mais estou fazendo agora é ouvir, ver, para saber como podemos ajudar na organização, na gestão e, depois, traçar um plano de ajuda — contou Rubem Piccoli, diretor de Engenharia da Melnick, que conversou com a coluna direto de Roca Sales, uma das cidades devastadas.
Piccoli acrescentou que está conversando com os fornecedores e o restante da cadeia produtiva para o que for necessário fazer para a região e esteja relacionado com a atividade da construtora. Ou seja, a Melnick e eventuais outras construtoras que se apresentarem poderão ter um papel importante na reconstrução dos prédios e casas.
— Ainda está se recebendo demandas, mas não estão tão objetivas. Com certeza, quando tivermos uma clareza de proposição, nossa intenção é ajudar em tudo que pudermos, enviando equipes com conhecimento técnico mais específico — acrescenta.
No radar do vice
A reconstrução, especialmente das moradias, está no radar do vice-governador, Gabriel Souza, que está despachando direto do Vale do Taquari. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, ele disse estar orientando que não se permita, por enquanto, a construção nos locais de casos de destruição, devido ao altíssimo risco. A ideia é encontrar outras áreas.
— Roca Sales, por exemplo, tem a ocupação urbana exatamente na curva do rio que, quando transbordou, passou reto por cima da cidade. Então, tem um loteamento já com arruamento, onde provavelmente vamos construir moradias sociais — detalhou o vice-governador.
Sabendo que a liberação do dinheiro para essas moradias demora, além da própria construção, mesmo com a redução das burocracias, o governo gaúcho não descarta construir abrigos temporários, como ocorreu no litoral norte de São Paulo.
- Determinei à Secretaria de Habitação que faça o primeiro levantamento sobre quantas pessoas vão de fato precisar imediatamente de uma solução. Provavelmente, as moradias provisórias, com dignidade, ficarão em Muçum e Roca Sales. Há várias soluções de engenharia no mercado. Nos demais municípios, é possível trabalhar com o aluguel social.
Gabriel Souza, então, citou que está conversando com a própria Melnick, que o procurou para saber o que o governo precisa. Não descartou, inclusive, uma parceira público-privada.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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