Com 2023 se encaminhando para bater novo recorde de emissões de gases de efeito estufa e o calor mostrando que o planeta está em "ebulição", como diz a Organizações das Nações Unidas (ONU), a transição energética precisa ser acelerada. Os motivos são ambientais e econômicos. O assunto foi a pergunta da coluna ao climatologista Carlos Nobre, um dos principais cientista brasileiros, durante entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha:
"70% das emissões dos gases do efeito estufa vêm da queima de combustíveis fósseis, carvão, petróleo e gás natural. Para chegar a uma solução sustentável ao planeta e atender às metas ambiciosas e necessárias do Acordo de Paris, temos que reduzir imensamente a queima, que é sempre para gerar energia da eletricidade, dos transportes e de inúmeras atividades industriais, como para produzir aço. É muito importante, (que ocorra) rapidamente, a transição energética. Até a guerra da Ucrânia, não se planejava muito explorar novas minas de carvão, petróleo e gás natural. A guerra desestabilizou essa trajetória. O presidente Biden (Joe, dos Estados Unidos) aprovou a exploração de petróleo no Alasca, a China decidiu instalar novas termelétricas a carvão. Mesmo assim, antes da guerra, ainda estávamos aumentando as emissões. Então, reduzir 50% das emissões em seis anos e meio é um enorme desafio. Mas, se não atingirmos essas metas, corremos um risco gigantesco de checar em meados do século com a temperatura subindo 2,3ºC até 2,5ºC."
Ouça a entrevista completa:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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